Hoje, inevitávelmente hoje, recomendaria a leitura do livro O Pequeno Príncipe, não me pergunte qual a razão,pois nem eu sei ao certo, mas acho, que uma certa vez ao ouvir um trecho em especial, me senti de certa forma envolvida em um universo contagiante...
O Pequeno Príncipe foi publicado pela primeira vez nos EUA, há mais de 50 anos. Com 118 traduções e mais de cinco milhões de exemplares publicados, O Pequeno Príncipe é, até hoje, recorde de venda no mundo inteiro, com mais de 10 milhões de cópias vendidas só na língua francesa.
O autor Antoine de Saint-Exupéry era jornalista, aviador e escritor, além de um grande humanista.Ele nasceu em Lyon, na França, em 1900.
Em 1944, numa missão de guerra, desapareceu ao sobrevoar a Baía dos Anjos, ao Sul da França. A idéia de escrever o livro O Pequeno Príncipe, surgiu a partir de um acidente que sofreu no deserto da Líbia, durante uma de suas missões e foi escrito em 1943, um ano antes de sua morte.
É sua obra mais conhecida. Do lado de fora parece ser um simples livro para crianças. O Pequeno Príncipe é na verdade um livro profundo, escrito de forma enigmática e metafórica. Um livro poético e filosófico sem igual.
***Aqui vai um lindo trecho do livro o O pequeno Príncipe:
E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho que se voltou mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita.
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o princípe, estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda. - Ah! Desculpa, disse o principezinho. Após uma reflexão, acrescentou:
- O que quer dizer cativar ?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro amigos, disse. Que quer dizer cativar?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa criar laços...
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás pra mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo...
Mas a raposa voltou a sua idéia: - Minha vida é monótona.
E por isso eu me aborreço um pouco.
Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol.
Conhecerei o barulho de passos que será diferente dos outros.
Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora como música.
E depois, olha! Vês, lá longe, o campo de trigo? Eu não como pão.
O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro.
E então serás maravilhoso quando me tiverdes cativado.
O trigo que é dourado fará lembrar-me de ti.
E eu amarei o barulho do vento do trigo... A raposa então calou-se e considerou muito tempo o príncipe:
- Por favor, cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o principe, mas eu não tenho tempo. Tenho amigos a descobrir e mundos a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não tem tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres uma amiga, cativa-me! Os homens esqueceram a verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas."