sábado, 28 de abril de 2007

LP de 1930, 1ª gravação de Carmen Miranda.
Quando escrevemos,
Damos forma aos pensamentos.
Quando cantamos,
Damos movimento a esta forma.
Dai vem à tecnologia de cada tempo
E materializa a não matéria.
É como se as palavras escritas
Fosse um corpo com vida,
Mas sem movimento.
Então ele recebe uma carga de som
E se torna música.
Ganha poderes para voar,
Dançar, interpretar, criar e encantar.
É ai que ela entra, por entre os sentidos,
Todos eles, nenhum,
Nem mesmo o sexto ou sétimo
Fica de fora desta magia.
Esse fenômeno acaba proporcionando
Ao humano ser humano
Um momento único.
Que apenas cada indivíduo
De maneira muito particular
Poderá sentir e explicar.

domingo, 22 de abril de 2007

com ou sem?

Por que, sentir seu cheiro bom?
Por quê?? Se ele nem mesmo é bom?
Por que, escrever bobagens?
Por quê?? Se eles querem padrões e estilos?
Por que, acreditar em inércia?
Por quê?? Se nada é completamente inerte?
Por que, andar sozinho em m2?
Por quê?? Se o mundo é tão vazio?
Por que, cantar no banheiro?
Por quê?? Se a fila ta enorme lá fora?
Por que, alfinete?
Por quê?? Se tem uma faca bem ali?
Por que, perder tanto tempo?
Por quê?? Se no fim ninguém sabe por quê...


muriçocolândia cit em baixo do meu computador...
E tem mais... Um caralho! (uma bilora now)


Tradução:

Por que, sentir seu cheiro bom?
Por quê?? Se ele nem mesmo é bom?
Por que, escrever bobagens?
Por quê?? Se eles querem padrões e estilos?
Por que, acreditar em inércia?
Por quê?? Se nada é completamente inerte?
Por que, andar sozinho em m2?
Por quê?? Se o mundo é tão vazio?
Por que, cantar no banheiro?
Por quê?? Se a fila ta enorme lá fora?
Por que, alfinete?
Por quê?? Se tem uma faca bem ali?
Por que, perder tanto tempo?
Por quê?? Se no fim ninguém sabe por quê...

muriçocolândia cit em baixo do meu computador...
E tem mais... Um caralho! (uma bilora now)

sábado, 21 de abril de 2007

desatinotivação

N
-----A
--------D
---------a
--------------------------Por quê?


<-Ontem bom
---------! Hoje não sei
-----------------Amanhã talvez->




sexta-feira, 20 de abril de 2007

E Erickson Luna se foi...

O poeta cheio de energia, sempre sorridente...

EPITÁFIO PARA UMBUROCRATA

Faz da gravata
a forca
a fina veste
é tua mortalha
e teu birôo teu esquife
Do gabinete ao túmulo
vade retro burocrata

CLAROS DESÍGNIOS

Os vícios tragam-me depressa
à parte a rebeldia que me torna
em jovem
Claros são os meus desígnios
é-me incontida a busca
dos momento
sao passo que me são
estranhas
as vocações que emergem
desses tempos

Diuturnos rituais
à impotência
as existências
curvam-se às idades
e se acrescenta à ancestral
obediência
a iminência de também ser
ancestral

A tal sorte a mim me cabe
lamentar o
pouco-a-pouco
a morte tarda dos longevos
sorrir da vida
e a que ela se presta
tão mais intenso
quanto perto o fim
Os vícios tragam-me
depressa
à parte a rebeldia
que me torna em jovem
CANTO DE AMOR E LAMA

Choveu
e há lama em Santo Amaro
nas ruas
nas casas
vós contornais
eu não
a mim a lama não suja
em mim há lama não suja
eu sou a lama das chuvas
que caem em Santo amaro

Vosso scoth
pode me sujar por dentro
cachaça não
vosso perfume
pode me sujar por fora
suor nunca
porque sou o suor
a cachaça e a lama
das chuvas que caem
em Santo amaro das Salinas

II

Em minha vida passa um rio
e se erige uma cidade
podres as águas deste rio
sob o tom cinza da cidade

Mangue aterrado
esgoto a céu aberto
em mim há lama
e há lama em mim

ECCE HOMO

Saiam da minha frente
matem-se
morram-se
deixem livre
o meu campo de visão
Me entristece
concebera semelhança
que nos une na semente
quem é que pode
ser feliz se vendo gente
Portanto
saiam da minha frente


sexta-feira, 13 de abril de 2007

Fantástica fábrica de asneiras

ASNEIRA:
"O direito à asneira é um pilar das sociedades livres e democráticas. Desde que não incitemos à violência ou difamemos o próximo, devemos ser livres de nos expressar como bem entendermos e de proferir as idiotices que nos trepam à cabeça."
[trecho do artigo de João Miguel Tavares cujo titulo é A asneira é um direito inalienável sobre o caso do britânico David Irving,encacerado na Austrália por escrever uns livros foleiros sobre o Holocausto]

E viva a liberdade das asneiras!!!

E ele que ache o que quise... Que se dane! =P



quarta-feira, 11 de abril de 2007

Todas as Vidas

Vive dentro de mim

uma cabocla velha de mau-olhado,

acocorada ao pé do borralho,

olhando para o fogo.

Benze quebranto.

Bota feitiço...

Ogum. Orixá.

Macumba, terreiro.

Ogã, pai-de-santo...

Vive dentro de mim

a lavadeirado Rio Vermelho.

Seu cheiro gostoso d'água e sabão.

Rodilha de pano.

Trouxa de roupa, pedra de anil.

Sua coroa verde de São-caetano.

Vive dentro de mim a mulher cozinheira.

Pimenta e cebola.

Quitute bem feito.

Panela de barro.

Taipa de lenha.

Cozinha antiga toda pretinha.

Bem cacheada de picumã.

Pedra pontuda.Cumbuco de coco.

Pisando alho-sal.

Vive dentro de mim a mulher do povo.

Bem proletária.

Bem linguaruda, desabusada,

sem preconceitos,de casca-grossa,

de chinelinha, e filharada.

Vive dentro de mim

a mulher roceira. -Enxerto de terra,

Trabalhadeira. Madrugadeira.

Analfabeta. De pé no chão.

Bem parideira.Bem criadeira.

Seus doze filhos, Seus vinte netos.

Vive dentro de mim

a mulher da vida. Minha irmãzinha...

tão desprezada, tão murmurada...

Fingindo ser alegre seu triste fado.

Todas as vidas

dentro de mim:Na minha vida - a vida mera das obscuras!

[Cora Coralina]





Cora Carolina era o pseudônio usado por uma linda moça
que se chamava Ana Lins de Guimarães Peixoto Bretas.
Também chamada de Aninha da Ponte da Lapa.
nasceu em Goiás no ano de 1889.
tinha apenas a instrução primária
e era doceira de profissão.
Publicou seu primeiro livro aos 75 anos de idade.
Ficou famosa principalmente
quando suas obras chegaram
até as mãos de Carlos Drummond de Andrade,
quando ela tinha quase 90 anos de idade.



terça-feira, 10 de abril de 2007

Eu agora - que desfecho!

Já nem penso mais em ti...

Mas será que nunca deixo

De lembrar que te esqueci?

[Amoroso esquecimento/ Mário Quintana]